BICHO-FOLHA
Renata Giassi Udulutsch
Faculdade de Ciências e Letras do Câmpus de Assis - FCLAs
renata.udulutsch@unesp.br
(18)33025848
Início: 10/03/2020 - Término: 31/12/2020
Meio Ambiente
O projeto de divulgação científica “Bicho Folha” uniu áreas do conhecimento da biologia que estavam restritas à pesquisadores e colocou seus estudantes e professores na tarefa de popularizar o conteúdo teórico e prático do dia a dia da Universidade Pública. Sendo assim, como forma de realizar essa aproximação entre a comunidade acadêmica e a população, principalmente dos moradores onde se insere a UNESP de Assis, utilizamos como meio as plataformas de entretenimento, ferramentas audiovisuais e de design para exemplificar o conhecimento científico que a humanidade acumulou ao longo dos anos. Tendo em vista o foco das ciências biológicas, trouxemos de forma descontraída uma reflexão ao público geral de como a ciência funciona, onde ela está presente e qual sua metodologia, por meio de publicações nas redes sociais. Para que essa construção do conhecimento fosse o mais orgânica possível, consideramos majoritariamente como recorte a condição ecotonal - parte da vegetação em transição de cerrado - mata atlântica, onde o município de Assis se encontra para tratarmos dos temas que envolvem a botânica, limnologia e zoologia. Começamos atuar nas redes em Abril de 2020 devido a pandemia e atualmente temos cerca de 2.300 seguidores em ambas plataformas, sendo em sua maioria residentes em Assis (13%), entre 18-34 anos e do gênero feminino (61%) segundo a estatística da rede (Instagram). Quanto aos alunos, suas habilidades de comunicação com público não especializado se refletiu no aumento do engajamento das redes ao longo do tempo e as discussões internas que compreendem cada vez mais essa atividade como compromisso e apoio social.
Popularizar o conhecimento científico aprendido e produzido na universidade através das redes sociais, a fim de caracterizar-se como instrumento de maior consciência social sobre atividade científica, salientando sua importância num ambiente descontraído e popular. Simultaneamente, seu desenvolvimento atingiu a formação do estudante de Ciências Biológicas e fortaleceu a imagem da Universidade Pública como a UNESP, reconhecendo também nesse ato que a extensão constitui o tripé da Universidade e é fundamental para o progresso da ciência e apoio da sociedade.
A popularização científica por trás das mídias sociais (Facebook e Instagram) possuí o objetivo de valorizar a biodiversidade local e divulgar aos moradores de Assis, em principal por possuir uma Unidade de Conservação – Estação Ecológica de Assis e por ser onde a UNESP está inserida, importantes espaços e impactos que a comunidade local pode ocasionar na preservação da fauna e flora.
O distanciamento entre a universidade e a sociedade sempre foi um problema sintomático onde inclui-se vários preconceitos de ambas as partes, porém com a iniciativa do projeto, os estudantes em principal, conseguiram atingir gradativamente uma consciência maior de como se dirigir ao público não especializado e de como realizar essa aproximação, seja considerando o contexto, vivência ou conhecimento prévio. Em razão de todas as atividades serem restritas ao ambiente virtual, conseguimos atingir inúmeras pessoas, inclusive fora do Brasil, contudo, o impacto observado em nosso público pode ser visualizado apenas através das métricas disponibilizadas parcialmente pelas plataformas, fazendo com que assim tivéssemos uma ideia das dimensões do era mais acessível e preterível, demonstrado pelo engajamento das redes.
Composto em média por 40 alunos de diferentes instituições públicas, incluindo estudantes da pós-graduação e três professores que orientam as atividades, o projeto Bicho-Folha precisou se subdividir em diferentes Grupos de Trabalho com ênfases (Limnologia, Botânica e Zoologia). Assim, para que as publicações nas redes sociais pudessem ser aprovadas e publicadas, a organização interna do projeto se resumiu em coordenadores gerais – alunos que trabalham no aspecto mais burocrático do projeto (prazos, eventos, relatórios, reuniões e orientações); coordenadores dos grupos de trabalho (GTL, GTB e GTZ) – responsáveis pelo cronograma de publicações, orientações e revisões das publicações; e subcoordenadores dentro de cada grupo de trabalho responsáveis pelas “séries” que elencamos como temáticas e temporárias dentro de cada ênfase, este último é fundamental para direcionar a finalidade do conteúdo e questionar a viabilidade de cada ideia apresentada. Para que o conteúdo formulado por cada grupo de trabalho venha ao público é necessário uma revisão detalhada que irá passar pela análise de todos os alunos do SubGrupo – Grupo de Trabalho – Grupo Geral, porém essa função é realizada em principal pelos alunos da pós-graduação, que possuem dentro de cada grupo de trabalho a tarefa de corrigir e indicar artigos ou sugestões de melhoria. Como ferramenta para a criação das publicações, formulamos um guia de divulgação científica, onde está descrito aspectos gerais obrigatórios para serem seguidos afim de garantir o critério científico como: onde pesquisar, periódicos de consulta indicado para cada área, como fazer citação ao final das publicações, que também inclui dicas mais atrativas relativas à escrita e design que observamos ao longo do tempo. A utilização de programas e ferramentas para a montagem do conteúdo é um dos maiores desafios do projeto, pois isso envolve um básico conhecimento prévio e condições materiais (equipamento apropriado) para utilização de programas como Photoshop e editores de vídeo, contudo, a ferramenta mais acessível e utilizada é o site Canva, online e gratuito. Como forma de equilibrar as condições disponibilizadas por cada aluno participante do projeto, consideramos o trabalho em duplas e trios, bem como a liberdade da criação de conteúdo referente a estética e facilidades individuais.
BROWNELL et al. Science Communication to the General Public: Why We Need to Teach Undergraduate and Graduate Students this Skill as Part of Their Formal Scientific Training. J Undergrad Neurosci Educ. 12 (1): E6–E10. 2013. DURIGAN, G. Plano de manejo: Estação Ecológica de Assis, 2011. 171p. Acesso: 25 out. 2019. Disponível em: /smastr16.blob.core.windows.net/iflorestal/2013/03/Plano_de_Manejo_EEc_Assis.pdf> GERMANO, M.; KULESZA, W. Popularização da ciência: uma revisão conceitual. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 7-25, ago. 2008. ISSN 2175-7941. Disponível em: /periodicos.ufsc. br/index.php/fisica/article/view/1546/5617>. Acesso em: 22 out. 2019. MASSARANI, L & ALVES, J. A visão de divulgação científica de José Reis. Cienc. Cult. vol.71 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2019. MASSARANI, L et al. Guia de divulgação científica. Rio de Janeiro: SciDev.Net: Brasília, DF: Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social, 2004 MASSARANI, L. & DIAS, E. José Reis: Reflexões sobre a divulgação científica. Rio de Janeiro: Fiocruz/COC, 2018. 236p. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL - ONU BR. 17 Objetivos para transformar o mundo. Disponível: https://nacoesunidas.org/pos2015/. Acessado em: 30 out. 2019.
Apesar de todas as restrições impostas pela pandemia, o projeto foi executado de forma plenamente satisfatória, atingindo o seu principal objetivo: estabelecer uma ponte entre a universidade e a sociedade, através da divulgação da ciência.
Devido à crise pandêmica de 2020, o Projeto Bicho-Folha teve que se reinventar, principalmente porque todas as atividades apresentadas na proposta incluíam a interação com o público de Assis em espaços que também estiveram fechados em razão da crise sanitária. Assim, utilizamos como abordagem esses espaços onde estaríamos presentes, interagindo virtualmente da melhor forma que conseguimos, divulgamos uma série sobre o Parque Buracão e fizemos a produção de vídeos em parceria com a Secretaria de Agricultura e Meio Ambienta da cidade, além de diversos conteúdos que envolviam o contexto do município.
Local Endereço Bairro Cidade Estado Classificação Mapa
Floresta Estadual de Assis, Ecolago Estrada Assis – Lutécia km 09 CP 104 s.n. Zona Rural Assis SP Parques ecológicos
Quantidade Característica 1 Característica 2 Característica 3
500 Educação Infantil
100 Ensino Superior
20 Gestores públicos
2300 Público (externo) em geral